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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Facebook e os problemas de relacionamento

Eu já estou há um ano e meio no Facebook. Conheci muita gente boa. Pessoas maravilhosas, amizades surpreendentes. Amigos queridos e fãs de meu projeto musical dão vida e calor aos bits e bytes. Mas nem tudo são flores no mundo criado por Mark Zuckerberg.

A vida virtual abre as portas para pessoas com diversas necessidades, e muitas fazem do facebook um espelho da vida real. Aí começam os problemas...

O mecanismo que incentiva trocas constantes no relacionamento virtual faz com que você esteja sempre em "débito" com pessoas mais exigentes.  É como se você tivesse jantado na casa de vários amigos e tivesse agora que oferecer um jantar. Só que tal jantar teria de ser servido para dezenas ou centenas. Aí, amigo, só uma "goroba" virtual para dar conta.


 Além do "escambo" virtual, há a quantidade cada vez maior de amigos. Para interagir com a maioria a solução seria desistir de fazer qualquer outra coisa na vida e acampar em frente ao computador. Dormir, nem pensar. No máximo cochilos entre sobressaltos se perguntando, aflito, se deixou de curtir/comentar/postar no mural de algum de seus 4.999 diletos amigos.

Exageros à parte, no mural da felicidade do Facebook superficialidade e imediatismo prevalecem. Seu "gosto de você" dito fraternalmente há uma semana já foi soterrado por centenas de outras declarações similares. Caso você suponha que o que disse marcou sua amizade para o todo sempre, pense de novo. Se você não repetir o gesto dezenas de vezes alguém em algum lugar pode achar que há algo muito errado.

Situações assim geram problemas de relacionamento que nascem e crescem em silêncio com cada vez maior frequência no mundo virtual. No mundo real em caso de problema ou afastamento de uma pessoa querida você tem a possibilidade de encontrar seu amigo e conversar. Ou telefonar. Se nada desse certo você não encontraria mais a pessoa e, se encontrasse, vocês não mais se falariam. Vida que segue.

 No mundo virtual, não. Se alguém decide que você não interage da forma desejada ou não é mais a imagem idealizada, pode ser o fim sem aviso-prévio. Assim mesmo, rompido de forma unilateral. Consolida-se características negativas da personalidade do outro sem conhecê-lo pessoalmente. Como não existe intimidade suficiente para um contato, o "problema" que está de um lado só nunca é exposto, dividido e conversado. E sem o contato restam a frustração e o ressentimento.

O inusitado disso tudo é que a mesma pessoa que passa a não mais se relacionar virtualmente com você continua seu "amigo", com foto e tudo, marcando presença constante. Tipo:  - Olá, continuo aqui mas não falo mais com você.

Assim, pode haver momentos - e isso aconteceu comigo -, onde amizades importantes baseadas na vida real, ou mesmo as virtuais mais intensas, se enfraquecem. Os relacionamentos mais profundos, inclusive os virtuais, devem se precaver para não se perderem nas armadilhas emocionais do emaranhado das redes sociais.  Relacionamento virtual pode ser tudo de bom, mas melhoraria ainda mais se maturidade e bom senso fossem pré-requisitos para o login no Facebook.

Mas aí seria pedir demais...

Sobre o Autor:
Marcos Mendes Marcos Mendes é músico e compositor. É também observador inquieto que escreve o que vê e o que sente em relação a vida e o mundo. Fala sobre assuntos sérios sem perder o tom da descontração.

2 comentários:

  1. Com certeza é o que acontece, você traduziu muito bem a realidade virtual para muitas pessoas. Mas, me pergunto: será que esta geração que já nasceu com os dedos nas teclas de um computador vê a situação da mesma forma? Vejo que muitas vezes estes jovens privilegiam mais os contatos virtuais para depois, em alguns casos, torná-los reais. Acredito que a forma com que se relacionam não está pautada na troca obrigatória ou na cobrança, mas apenas no contato ora com um, ora com outro, ora com muitos ao mesmo tempo. Talvez eles tenham mais maturidade do que muitos por separarem melhor vida virtual de vida real e por aproveitarem o melhor dos dois mundos.

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  2. http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/07/deprimido-reclama-que-ninguem-o-cutuca-no-facebook-e-vira-hit-na-web.html

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